O primeiro dia de dezembro
foi o escolhido para pensar o combate de uma doença que assustou o mundo quando
descoberta
Apesar de todos os programas de combate a níveis mundiais,
a AIDS ainda contamina mais de 7 mil pessoas por dia.
A Aids, sigla para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, era conhecida nos anos 80
como “A Maldita”. Essa doença foi reconhecida no início da década de 80, quando
foi registrada formalmente. Os primeiros casos reconhecidos foram em homens
homossexuais oriundos de grandes cidades norte-americanas. Esse fato levou ao
pensamento errôneo de que a doença estava ligada a homossexualidade.
Hoje este estigma já foi superado. É de conhecimento público que
independente da orientação sexual o comportamento de risco é manter relações
sexuais sem preservativos. As vias de transmissão são sanguínea, esperma e
secreção vaginal e o leite materno. Ou seja além de relações sexuais
desprotegidas, uso de material perfuro cortante contaminado, ainda pode passar
da mãe para o bebê.
Cuba se tornou esse ano o primeiro país a eliminar completamente a
transmissão vertical (de mãe para filho). O êxito nesse processo de eliminação
se deve a atenção que o sistema cubano de saúde oferece nas questões
preventivas. O governo assegura as mulheres um pré-natal adequado que inclui os
testes de HIV. A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu a importância
deste mérito em uma futura erradicação da doença.
Hoje é o dia designado pela OMS dedicado a conscientização e
combate à AIDS. Essa data vigora desde o final dos anos 80 em todo o mundo. Os
dados que o site da OMS oferece indicam que no final de 2014, mais de 36
milhões de pessoas estavam infectadas pelo HIV. No começo desse ano apenas 15
milhões de pessoas estavam recebendo o coquetel antirretroviral, que é o método
de controle da doença. No Brasil o tratamento é completamente gratuito, assim
como o teste de HIV.
O vírus sob os holofotes
“Pode escrever aí que eu com a maldita”, essas foram as palavras de Cazuza ao dar a primeira
entrevista ao jornalista Zeca Camargo, em que revelava ser soropositivo. O
termo soropositivo quer dizer que os exames revelaram a presença de células de
defesa que “lutam” contra o HIV.
O jornalista conta que Cazuza lhe ofereceu o copo em que tomava
vinho na ocasião da entrevista, como se fosse um desafio. Mas era um desafio a
ignorância, pois se trata de uma doença cercada de preconceito, mas ele aceitou
o copo. Isso serve para lembrar que saliva não transmite AIDS.
Outras personalidades da música e das telas também foram
contaminadas pelo HIV, fato que de certa forma trouxe mais esclarecimento a
população sobre a doença. O último caso de celebridade que tornou público o
fato de ser portador do vírus da AIDS é do ator Charlie Sheen.
Charlie é a estrela do seriado de sucesso “Dois homens e meio”,
onde vive um personagem que é um típico boa vida que vive para o sexo com belas
mulheres e para o álcool. Na vida real, o ator leva uma vida parecida, mas em
um nível mais pesado, envolvendo o uso indiscriminado de drogas e sexo sem
proteção, que levaram a contaminação pelo vírus.
Outras personalidades públicas também enfrentaram a doença, como o
vocalista da banda Queen, Freddie Mercury, falecido em 91. Caio Fernando Abreu,
poeta que tem ganhado muitos jovens fãs por causa de seus poemas disseminados
pelas redes sociais. Renato Russo, front da Legião Urbana, que faleceu em 96. O
jogador de basquete Magic Jonhson, também é soropositivo, hoje o atleta é
considerado porta voz do combate a doença.
Comportamentos de risco
Comportamentos e condições que colocam os indivíduos em maior risco
de contrair o HIV incluem:
Manter relações sexuais desprotegidas. Sendo sexo anal,
vaginal ou oral
Ter outra infecção sexualmente transmissível, como sífilis, herpes,
clamídia, gonorréia e vaginose bacteriana
Compartilhamento de agulhas contaminadas, seringas ou outros
objetos perfuro cortantes compartilhados
Receber injeções inseguras, transfusões de sangue, procedimentos
médicos ou não que envolvem corte não esterilizado, como piercings e tatuagens
Ferimentos acidentais com agulha, incluindo o caso de
trabalhadores da saúde.